Ora na função de uma caixa protetora para os órgãos mais delicados, ora na produção de células sanguíneas, seus ossos armazena sais e minerais e é responsável por sua movimentação e sobrevivência.
Você já imaginou como seria se olhar no espelho se, por acaso, não tivesse um esqueleto pra chamar de seu?
Um grande pedaço de carne molenga. Pois é, estranhíssimo, mas essa bizarra e inimaginável proximidade com as lesmas seria a definição perfeita do que nós viríamos a ser, caso não tivéssemos ossos que servissem de estrutura para o corpo humano.
Ou seja, sem os ossos, os músculos não teriam nada para se apoiar. Daí o porquê de termos uma coluna vertebral: para dar estabilidade e estrutura ao corpo e, com isso, conseguir ficar em pé, sentar ou caminhar.
Os ossos também são parte ativa do nosso corpo
Se você nunca chegou a se familiarizar com a anatomia esquelética humana antes, acharia no mínimo curioso saber, logo de cara, que os seus ossos estão vivos.
Vivos?
É. Basicamente, os ossos são definidos como um tecido vivo, complexo e dinâmico, já que contam com inúmeras células que precisam de sangue para funcionar e também se curar, e ao contrário do que imaginamos, eles não são apenas uma grande massa de cálcio e proteína que se torna engessada com o tempo.
Na verdade, nossos ossos não param de se modificar e se renovar, mesmo quando deixamos de crescer.
Conforme vamos envelhecendo, todo o impacto gerado sobre os ossos, ao longo da vida, vai causando sua deterioração, fazendo com que o corpo entre num processo chamado “remodelação de ossos”. O que, geralmente, acontece a cada quatro ou cinco meses.

Entre outras importantes funções, o esqueleto também funciona como uma verdadeira caixinha, onde guardamos e protegemos alguns dos principais órgãos vitais, como o cérebro e os pulmões, e depositamos a reserva de cálcio e fósforo para manter os ossos saudáveis, além de trabalhar com a produção em massa de células sanguíneas.
Já deu pra notar porque nosso esqueleto está sempre em ação, né? Quanto mais ativa for a pessoa, mais esse processo será constante e mais fortes ficarão os seus ossos. E se somente com essa rápida apresentação, o esqueleto humano serviu para despertar a sua curiosidade e te deixar interessado o bastante na leitura para chegar até aqui, você vai gostar ainda mais dos próximos 5 fatos que você não sabia sobre seus ossos.
1- Bebês têm cem ossos a mais que os adultos

Segundo matéria para a revista científica estadunidense Popular Science, a professora-assistente de antropologia da Universidade Northwestern, que estuda osteologia humana há mais de uma década, Erin Waxenbaum, revela que bebês recém-nascidos podem chegar a ter até mais de trezentos ossos, quase cem a mais que um humano na idade adulta, que beira à casa dos duzentos. Duzentos e seis, para ser mais específico.
Provavelmente, assim como nós, você deve estar se perguntando como é possível que quase cem ossos desapareçam, assim, do nada. Mas calma, o que parece uma abdução óssea por alienígenas, na verdade, não tem nada de surreal. Os ossos não se dissolvem ou simplesmente desaparecem, mas, sim, se fundem durante o nosso desenvolvimento.
Para que os bebês consigam se movimentar e ficar apertados dentro do útero sem se machucar, seus ossos ainda não contêm a quantidade ideal de cálcio e colágeno e estão mais para uma cartilagem flexível. O processo de ossificação da cartilagem só acontece, mesmo, a partir da primeira respiração do bebê fora da barriga da mãe e a fusão completa de todos os ossos só acaba no início da puberdade.
Ou seja, a evolução dos ossos começa muito antes de nascermos.
2-A adaptação óssea do corpo feminino na gravidez

Não é incomum notarmos que o corpo feminino passa por inúmeras modificações e adaptações durante a gravidez da mulher. Inclusive, a de seu esqueleto. Para que a mãe possa abrigar durante toda a gestação e depois dar à luz ao bebê, ocorre a “frouxidão” e elasticidade das articulações da pélvis, possível graças à produção do hormônio chamado “relaxina”, que colabora com a dilatação na hora do nascimento.
A relaxina é descrita como um “hormônio mamífero polipeptídeo heterodimérico”, produzido no sistema reprodutivo feminino com grande efeito sobre colo do útero, músculos lisos, ligamentos e articulações, conforme artigo publicado no Scandinavian Journal & Science In Sports.
3- Tabagismo: o vilão da degeneração óssea
Entre a listagem de inúmeros malefícios causados à saúde amplamente conhecidos pela população, o tabagismo é, também, muito prejudicial aos ossos. Pesquisas mostram que indivíduos que fumam têm maior predisposição ao aumento nas taxas de osteoporose, em razão da desnutrição dos ossos.
Isso ocorre porque o tabagismo dificulta a absorção de vitamina D pelo organismo, o principal hormônio responsável por grande parte da transferência de cálcio para os ossos, resultando em uma perigosa degeneração óssea, com maiores riscos de fraturas devido à sua fragilidade.
Além do mais, o consumo de cigarros, principalmente durante o período de desenvolvimento máximo dos ossos e, após os trinta anos, interrompe a produção de estrogênio, responsável pelo aumento da capacidade de retenção de cálcio nos ossos, o que colabora no aumento, de até duas vezes, da perda de massa óssea.
Um em cada oito casos de fratura de quadril ocorrem em pessoas fumantes, segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), além de fragilizar também os ossos da coluna e pulso.
4- Hióide: o osso solitário responsável pela evolução humana

Logo que nos vem à cabeça a imagem de um esqueleto humano, é comum imaginarmos todos os ossos interligados, sustentando o corpo por inteiro. No entanto, apesar de quase assertiva essa afirmação, é preciso nos lembrar da existência de um importante osso anatomicamente isolado dos demais: o solitário osso hióide.
Localizado entre as cartilagens da laringe, o osso hióide é destaque não apenas por figurar o centro da estrutura física de sustentação do pescoço, mas também por seu papel crucial ao longo da história evolutiva do homem, que permitiu a adaptação e o desenvolvimento da fala humana através da articulação de sons complexos.
Ao atingirmos determinada idade, o desenvolvimento e as mudanças provocadas pelo osso hióide são importantes marcos cronológicos na tonalidade da nossa voz. A primeira queda física da voz ocorre em recém nascidos, já que possibilita a primeira forma de comunicação verbal. Uma nova queda ocorre na laringe em jovens do sexo masculino, durante a puberdade, gerando oscilações graves e agudas, típicas da saída da infância para o início da vida adulta.
5. O osso mais forte do corpo não está na perna

Por muito tempo, o fêmur foi considerado pela maioria das pessoas como o osso mais longo e forte do corpo humano, devido à sua grande resistência à rupturas, assim como os maléolos, os ossos dos cotovelos. Entretanto, é preciso não se esquecer da surpreendente resistência maxilar, que faz da mandíbula, também conhecida como “maxilar inferior”, o osso mais forte do nosso corpo.
Além de maciço, é o único osso móvel do crânio, capaz de sustentar os dentes e se mover durante uma enorme quantidade de vezes durante a vida, resistindo aos movimentos repetitivos e significativos níveis de estresse. Sua rigidez e dureza excedem a de todos os outros ossos do corpo humano, sendo um dos únicos ossos a realizar suas funções de maneira simplificada e eficiente.
Finalizando
Como vimos, o esqueleto humano pode ser tão surpreendente quanto à abertura da caixa de Pandora, cheio de surpresas e curiosidades antes impensadas por nós. Se a princípio acreditávamos que os ossos não seriam tão dinâmicos quanto os órgãos e outros tecidos do corpo, hoje descobrimos que muitos são os atributos físicos notáveis que os ajudam a suportar o peso do corpo humano e transformá-lo em uma verdadeira máquina de movimentos, resistência e possibilidades.
Antes de ir, considere ler outros artigos do nosso blog! Esperamos que você goste tanto de lê-los quanto gostamos de escrevê-los.
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Até a próxima 🙂