Muitos se preocupam com o cálcio e vitamina D na infância ou no envelhecimento, se esquecendo dessa etapa da vida.
É comum. Quando se fala de cálcio e vitamina D, sempre vem junto a associação ao desenvolvimento da criança ou o cuidado com os males que podem surgir nas idades mais avançadas, como a osteoporose. Não que essa seja uma ideia errada, de fato, as substâncias são muito importantes nessas faixas etárias.
Mas e o meio do caminho? E a adolescência?
Antes de nos aprofundarmos no assunto, é importante saber que o nosso corpo tem dois estágios bem definidos em nosso ciclo de vida: o desenvolvimento e o envelhecimento.
O primeiro, ocorre desde que nascemos até a casa dos 20, 25 anos; o segundo, por sua vez, ocorre imediatamente após o fim do primeiro. Então, começamos a envelhecer a partir dos 25 anos.
Se até os 25 anos estamos nos desenvolvendo e a adolescência ocorre dos 10 aos 19 anos (contando a pré-adolescência), então esse período da vida se encontra na etapa do desenvolvimento, certo?
Exatamente! Assim temos o nosso ponto de partida!

Desenvolvimento físico na adolescência
Na adolescência ainda estamos crescendo e é aqui que vamos chegar à estrutura que teremos na vida adulta em termos de altura. O crescimento é influenciado por fatores intrínsecos – que envolvem genética e o próprio metabolismo – e extrínsecos – que envolvem desde a alimentação, as condições socioeconômicas e acesso a serviços básicos ao próprio ambiente onde se vive.
Nos fatores nutricionais, se destaca a importância das vitaminas e oligoelementos, onde a sua ingestão, ou falta dela, também influencia o desenvolvimento de crianças e adolescentes, sendo o cálcio o elemento essencial para a adequada formação óssea e sua fiel companheira, a vitamina D, para o metabolismo e absorção do mineral pelos ossos.
Sendo assim, adolescentes cujo a dieta seja deficiente de cálcio e vitamina D, podem sofrer com o desenvolvimento deficitário do esqueleto, bem como o processo de crescimento e desenvolvimento.
Adolescência e alimentação
Não é só o desenvolvimento físico que ocorre na adolescência, aqui desenvolvemos os nossos gostos e preferências (muitas vezes duvidosas e você também passou por isso, não julgue seus (suas) filhos(as) por essa régua), inclusive, alimentares.
Com o surgimento e disseminação dos ultraprocessados e de bebidas com alto teor de açúcar, não chega a ser espantosa a preferência dos jovens por tais alimentos. Alimentos esses associados aos seus interesses e àqueles com poder de influência e decisão no seu dia a dia (a propaganda, os streamers e influencers, etc.)

Os jovens já têm mais autonomia para escolher o que querem e preferem comer e nessa fase pode ocorrer o risco nutricional ligado aos hábitos alimentares e isso é particularmente problemático já que, como dissemos, a puberdade é o período fundamental para a aquisição de conteúdo mineral ósseo.
O desenvolvimento de um adequado pico de massa óssea na adolescência é fundamental para proteção contra fraturas na adolescência e osteopenia/osteoporose na vida adulta.
-Portal Nova Pediatria
Por isso, é importante que os pais atuem na educação alimentar dos adolescentes, a fim de desenvolver o hábito pelo consumo de fontes de cálcio na alimentação, como o consumo de leite e derivados, legumes, grãos e sementes, bem como a exposição saudável ao Sol.
O que é importante saber sobre saúde dos ossos na adolescência
Ao longo deste artigo, você já notou que a ideia de associar cálcio e vitamina D apenas à infância ou à velhice não se sustenta, certo? Mas também é importante saber que:
- A mineralização do tecido ósseo vai desde a nossa vida como bebê até os 20, 25 anos. Na adolescência, adquirimos mais de 90% da nossa massa óssea final;
- O incremento da massa óssea não é homogêneo, diferentes partes do esqueleto recebem diferentes níveis de cálcio. Em níveis baixos, certas regiões podem ficar deficitárias do mineral;
- Entre os fatores que indicam os níveis adequados de IMC na adolescência, está a correlação positiva entre os níveis de cálcio e a densidade mineral óssea (DMO);
- Exercícios e atividades físicas são indicados também na adolescência, pois, nessa fase, tais práticas são reconhecidas pelo caráter osteoprotetor, fortalecendo a estrutura óssea e ajudando em sua incorporação;
- Ainda nos exercícios físicos, sua prática associada à ingestão adequada de vitaminas e minerais pode contribuir com o crescimento da massa óssea na ordem de 0,6 a 1,7% ao ano;
- Na adolescência, recomenda-se a ingestão de 1300 mg de cálcio para ambos os sexos por dia;
- O leite é, para todas as idades, uma excelente fonte de cálcio, mas no caso de jovens com intolerância à lactose, recomenda-se a substituição por, por exemplo, leite de soja;
- A suplementação de cálcio pode ser adotada sob orientação médica.

Finalizando
A correta – e recomendada – ingestão de cálcio e vitamina D é importante em todas as etapas da nossa vida. principalmente porque, no Brasil (e em outros países), as quantidades do mineral estão muito abaixo do ideal. E a partir do momento que entendemos a importância da adolescência no nosso desenvolvimento físico, esperamos despertar a sua atenção para um crescimento saudável. Seja ele seu, dos seus filhos, familiares ou pessoas conhecidas.
Até a próxima!