Atenção para os cuidados e sinais que indicam que uma criança possa ter osteoporose precoce.
O cálcio está entre os elementos mais importantes para o desenvolvimento das crianças. Ele é fundamental na formação e fortalecimento dos ossos e dos dentes e tem influência primordial no processo de crescimento das pequenas e pequenos.

Uma das doenças diretamente ligadas à falta de cálcio em nosso esqueleto é a osteoporose, deixando os ossos menos densos e, portanto, mais frágeis, tornando as pessoas mais suscetíveis à eventuais fraturas em caso de queda ou mesmo, quando nos quadros mais graves, uma simples topada num móvel.
No entanto, é comum associarmos a osteoporose à fases mais avançadas da vida adulta, a partir de eventos como a menopausa nas mulheres, por exemplo, ou o simples e natural fato de envelhecer. Porém, nos últimos anos, diversos estudos publicados onde é identificada a baixa densidade óssea em crianças e adolescentes vem ganhando destaque na comunidade pediátrica.
Antes de prosseguir

É importante ressaltar que a ocorrência de osteoporose precoce em crianças é, relativamente, baixa. Mas é bom destacar, também, que independente disso, o cálcio é parte significativa de sua dieta pelos motivos que já destacamos acima, bem como outras vitaminas que têm papel considerável nas necessidades diárias das crianças, cabendo ao pediatra e nutricionista fornecer as orientações corretas para a dieta infantil e, claro, o respeito à fase de amamentação dos bebês.
O que pode causar osteoporose precoce em crianças?
Os médicos destacam dois fatores, sendo eles intrínsecos e extrínsecos e a doença pode se apresentar em duas classificações: primária e secundária.
Quais são os fatores intrínsecos da osteoporose?
- Fatores hormonais;
- Hereditariedade;
- Pele branca;
- Maior incidência no sexo feminino.
Quais são os fatores extrínsecos da osteoporose?
- Maus hábitos alimentares;
- Sedentarismo;
- Doenças crônicas;
- Uso de determinados medicamentos.
Quanto às classificações, elas se dividem em primária e secundária pois a primeira é a causa, ou sintoma, já a segunda, se dá como consequência de outra situação, doença ou síndrome.
Osteoporose Primária Hipofosfatemia Hiperfosfatemia Doença de Paget Juvenil Homocistinúria Osteoporose Pseudoglioma Síndrome de Ehlers-Danlos Síndrome de Marfan Osteogênese Imperfeita Osteoporose Idiopática Juvenil | Osteoporose Secundária Síndrome de Cushing Hiperparatireoidismo, DM tipo 1 Atraso puberal, deficiência do hormônio do crescimento Paralisia cerebral, imobilização prolongada, tetraplegia IRC, Síndrome Nefrótica Asma Artrite Reumatóide Juvenil, Lupus Eritematoso Sistêmico, Dermatomiosite Doença Celíaca, Doença de Wilson, Fibrose Cística, Cirurgia Bariátrica; Desnutrição Anorexia Nervosa |
Além disso, o uso de medicamentos também estão dentro das causas secundárias para osteoporose infantil. O uso de medicações como glicocorticóides, fenobarbital, fenitoína, carbamazepina, pioglitazona, omeprazol, pantoprazol, antirretrovirales, heparina, levotiroxina, análogos do GnRH, entre outros, podem estar relacionadas com a baixa densidade mineral óssea.
Como saber se uma criança tem osteoporose precoce?

Esse é um desafio para mães e pais. A maioria das crianças com osteoporose é assintomática e só em estágios mais avançados é possível identificar algum sintoma.
Entretanto, existem estudos que apontam a presença de cáries como sinal de baixa densidade óssea e também o número de ocorrências de fraturas ou má formação óssea. Mas acontece que nesses casos, ainda assim, são situações extremas. Por isso, é sempre aconselhado o acompanhamento médico para que os exames indicados possam ser realizados.
Os médicos possuem critérios diagnósticos para identificar a baixa densidade óssea infantil, além de exames complementares como absorciometria com raio-x de dupla energia, radiografia da coluna e exames laboratoriais.
Critérios diagnósticos
– Baixa DMO (Densidade Mineral Óssea) por idade. DMO inferior a -2,0 da media de crianças da mesma idade e sexo.
– Uma ou mais fraturas de compressão vertebral na ausência de trauma de alto impacto (quedas, batidas, acidentes de carro, etc.) e de doenças na coluna;
– Baixa DMO mais duas ou mais fraturas de ossos longos até os 10 anos;
– Baixa DMO mais três ou mais fraturas de ossos longos até os 19 anos.
Como tratar uma criança com osteoporose precoce?
Após avaliação de médicos especialistas, a fim de identificar as causas da osteoporose infantil, são tomadas algumas atitudes junto com a elaboração de um tratamento adequado. A primeira delas é corrigir possíveis doenças base ou, se for o caso, tratar a desnutrição, suspender medicamentos que possam causar baixa DMO.
É considerada também a suplementação de vitamina D, a prática de atividades físicas e a exposição à luz solar.
E, no geral, é preciso estar atento às crianças e ter em mente que a incidência de osteoporose em crianças é baixa e isso não é motivo para privar os pequenos de brincar, correr e entender que, eventualmente elas podem cair e sofrer acidentes leves. É caindo que aprendemos a levantar.
É importante, sim, ter a devida cautela, cuidado e que algum responsável acompanhe os pequenos em suas aventuras. Isso faz parte da vida e participar desse processo é um privilégio. Aproveite!
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