Uma dieta rica em nutrientes pode prevenir riscos de fratura por estresse e aumentar a potência cardiorrespiratória nos treinos e competições
O que define a vitória ou derrota de um atleta?
Comprometimento, horas diárias de treino, estratégia tática, oponente, foco, força, resistência física, fator sorte? Mas, além de tudo isso, o quanto a alimentação e a dieta rica em nutrientes pode determinar um lugar no pódio da glória ou do fracasso na prática esportiva?
Grande parte dos atletas e profissionais multidisciplinares desportivos sabem que a alimentação tem extrema importância para manter a saúde e maximizar os resultados.
Uma alimentação que não forneça tudo o que um atleta de alto rendimento precisa, com baixa disponibilidade de nutrientes e energia, pode resultar em uma perda indesejada de massa muscular, aumentar o risco de lesões e fadiga muscular, afetar a performance, além de provocar distúrbios hormonais. E é claro, ser decisivo no resultado de uma competição ou campeonato.

Sendo assim, o cálcio é uns dos minerais mais importantes na dieta alimentar de atletas profissionais, devido à diferentes propriedades que, além de compor boa parte da estrutura óssea, deixando-a resistente para a prática do esporte, também contribui para a contração das fibras musculares, coagulação sanguínea, transmissão dos impulsos neurais, ativação de enzimas e, ainda, da síntese de vitamina D.
Por reunir tantos benefícios, o interesse pela suplementação de cálcio e vitamina D aumentou consideravelmente entre atletas que necessitam de ambos os nutrientes para ter seu aparelho muscular em ordem e um maior desempenho nos exercícios que envolvam disciplina e metas.

Como o cálcio e a vitamina D interferem na performance
Pesquisas recém publicadas sobre os efeitos da suplementação no desempenho esportivo fazem revelações surpreendentes quanto ao aumento da capacidade cardiorrespiratória e a eficácia do cálcio e vitamina na prevenção de fraturas por estresse.
O primeiro, um estudo da European Society of Cardiology (ESC), publicado em 2018, no European Journal of Preventive Cardiology, acompanhou 1.995 participantes nos EUA, com idade entre 20 e 49 anos, sendo 13% hipertensos e 4% diabéticos. Divididos em quatro grupos, aqueles que consumiram mais vitamina D tiveram uma aptidão cardiorrespiratória quatro vezes maior. Após ajustar os fatores que poderiam influenciar a associação (como sexo, idade, tabagismo, IMC, hipertensão e diabetes), a ligação permaneceu significativa, com força de quase três vezes, sugerindo que o consumo máximo de oxigênio (VO2) pode estar relacionado à absoração de vitamina D.
Já um estudo australiano recente mostrou que fraturas de estresse, que antes eram quase uma exclusividade de atletas de alta performance, estão se tornando cada vez mais comuns entre esportistas comuns. Resultado? Ao insistir no treino, os atletas experimentam a piora dos sintomas e a consequente queda de rendimento.
Os dados indicam que 21% dos fundistas de elite sofrem uma fratura de estresse ao menos uma vez na vida, com a maioria ocorrendo no osso da tíbia, e essa probabilidade aumenta de duas a três vezes no caso de atletas do sexo feminino, já que os baixos níveis de estrogênio dificultam a absorção de cálcio e resultam na “tríade da mulher atleta“.
“De fato, se analisarmos as evidências das ações de vitamina D no músculo com base em estudos recentes, há uma profunda ligação entre a deficiência de vitamina D com a fraqueza muscular e a sarcopenia. Os efeitos da vitamina D na função metabólica muscular ocorre, especificamente, na sensibilidade à insulina. A insulina é um hormônio anabólico extremamente importante para a manutenção da massa muscular” – conclui o endocrinologista e médico do esporte, Dr. Guilherme Renke.
Geralmente, os atletas mais afetados pelos baixos níveis de cálcio no organismo e, portanto, mais suscetíveis a lesões musculares e fraturas ósseas, são aqueles:
- “Atletas que não têm por hábito consumir alimentos ricos em cálcio”;
- “Atletas que estão sempre buscando perder peso (especialmente em esportes com categorias por peso ou que valorizam a estética longilínea)”;
- “Atletas que suam excessivamente (o suor leva à perda de cálcio)”;
- “Atletas de modalidades esportivas praticadas em ambientes fechados e em locais frios, com pouca exposição ao sol”.

Principais benefícios da vitamina D e cálcio para atletas
– Desenvolvimento da força muscular;
– Aumento do consumo máximo de oxigênio;
– Recuperação do músculo;
– A vitamina D favorece a capacidade do organismo no processamento do açúcar e reduz o risco do diabetes do tipo 2;
– Auxilia na saúde cardiovascular;
– Estimula a saúde hormonal, regulando a produção adequada de testosterona para os homens e estrogênio nas mulheres;
– Melhora a performance mental, contribuindo para o desenvolvimento da memória;
– Ajuda no ganho de massa muscular;
– Melhora do metabolismo e da perda do peso, ajudando no combate à obesidade.
Onde podemos encontrar esses nutrientes?
Alimentação Leite de vaca, iogurtes, queijos diversos, tofu, fígado, vegetais escuros, farelos, castanhas, peixes, shimeji etc | Exposição à luz solar A exposição ao sol ajuda a regular a quantidade de vitamina D no organismo, aumentando a absorção de cálcio no organismo. | Suplementação vitamínicaProcure orientação médica para reposição dos níveis ideais em cada idade. |

Fechando o diagnóstico…
Da mesma forma que a maior parte da população mundial, os atletas comuns ou de elite não estão isentos dos riscos causados pela deficiência de vitamina D no organismo, pelo contrário, estão ainda mais expostos ao risco de fraturas e lesões graves, uma vez que, além de proporcionar a regulação do cálcio no organismo, na saúde óssea e força muscular, a vitamina do Sol se mostra de extrema importância para o desempenho esportivo e potencialização cardiovascular. A suplementação dos níveis ideais de Vitamina D podem variar de 400 a 50.000UI e deve sempre ser feita com acompanhamento. Procure seu médico para avaliar a necessidade individual ou não de reposição. Não pratique automedicação.
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Até a próxima 🙂