O autocuidado é essencial para manter em dia a saúde da mulher nas diferentes fases da vida. Um acompanhamento preventivo ajuda a diagnosticar doenças de forma precoce, além de aumentar a chance de cura e desmistificar diferentes tabus.
A preocupação e o cuidado com a saúde da mulher é uma conquista recente, com pouco mais de três décadas, apesar do sexo feminino representar a maioria entre a população brasileira. Anos atrás, ainda era comum que, nos sistemas de saúde por todo o mundo, a prioridade do acompanhamento da saúde feminina fosse tradicionalmente pautado pelo campo reprodutivo.
No entanto, com o advento da pílula anticoncepcional e de outros métodos contraceptivos, as mulheres passaram a ter mais autonomia sobre seu corpo e a saúde feminina ficou mais abrangente.
É por isso que, hoje, quando falamos sobre saúde da mulher, estendemos tais cuidados à prevenção do câncer de mama e de colo de útero, à doenças como diabetes e cardiovasculares, o acesso à vacinas específicas, sem deixar de levar em conta, também, questões de gênero, de orientação sexual, de raça e os condicionantes sociais que impactam a saúde e a vida de meninas e mulheres de diferentes idades.
E como março é considerado o Mês da Mulher, o Malacal dedicou uma seção especial com informações para manter as mulheres na rota segura do cuidado diário e da prevenção.

O recente cuidado com a saúde da mulher
Fazendo um rápido recorte cronológico dos cuidados com a saúde da mulher, as políticas nacionais de saúde só passaram a incluir pautas que iam além das questões relacionadas à gestação e aos partos, somente nas primeiras décadas do século XX.
Nas décadas de 1960 e 70, o surgimento da pílula anticoncepcional foi recebida pelas mulheres como uma verdadeira revolução, que permitiu discutir o sexo de forma separada da procriação, proporcionando a elas, o controle sobre sua própria fertilidade para dar início a uma maior participação no mercado de trabalho.
Graças a essas significativas mudanças e lutas femininas pela autonomia e o direito sobre o próprio corpo, é que passou-se a considerar que as singularidades do corpo feminino são muitas e mereciam atendimento integral com o acolhimento de diferentes necessidades, além da garantia de acesso a elas de forma fácil, ampla e gratuita.
Nos anos seguintes, o que se viu foram novas diretrizes sendo adotadas para implementar estratégias de controle, rastreamento e o combate à diversas doenças que atingem em maior grau e número as pacientes do sexo feminino com campanhas anuais para alertar as mulheres sobre os riscos do câncer de mama, de ovário e de colo do útero, entre outras.
Saúde da mulher: porque conhecer o próprio corpo
É impossível falar do cuidado com a saúde da mulher sem falar e conhecer o próprio corpo. Além de ser um gesto de carinho e acolhimento consigo mesma, olhar de perto para as mudanças naturais do organismo, permite identificar sinais, por menores que sejam, e procurar ajuda médica o quanto antes.
Se houver algum indício de doença, o diagnóstico será precoce e as chances de cura serão maiores. Além do mais, avaliar diferentes sintomas, desde dores de cabeça, mudanças repentinas de humor ou flutuações no peso, e outros sinais são igualmente importantes para que você possa buscar ajuda.
Por exemplo, quando você controla sua menstruação, anotando os dias em que o período menstrual se inicia, é possível saber quando ela está regular ou atrasada. A mesma coisa com o autoexame das mamas. Tocar os seios durante o banho ou em frente ao espelho facilita a identificação de possíveis carocinhos ou protuberâncias entre um exame de mamografia.
E mais! Conhecer o próprio corpo também aproxima as mulheres de sua sexualidade e do seu prazer, rompendo com tabus impostos pela sociedade e encontrando maior satisfação em ter uma vida sexual ativa e saudável, seja sozinha ou com seu parceiro(a).

As principais mudanças no corpo feminino
Na puberdade
A puberdade marca a transição para a fase adulta e é acompanhada por uma série de mudanças hormonais e no corpo das meninas que, em geral, iniciam entre os 8 aos 13 anos. É aqui que ocorre o famoso “estirão” de crescimento, sendo uma fase de grande desenvolvimento para a menina. Esse período marca o início do crescimento hormonal – como progesterona, estrógeno, FSH e LH – até que ocorra a completa maturidade sexual do corpo, resultando em significativos sinais físicos como:
- Aparecimento das mamas;
- Crescimento dos pelos pubianos;
- Acúmulo de gordura no quadril;
- Início e regulação do ciclo menstrual.
Na menopausa
Sendo o marco orgânico oposto à menstruação, a menopausa é conhecida como a última menstruação, ou também como o sinônimo do climatério. Ou seja, é a fase de transição entre a vida fértil e o encerramento do ciclo de fertilidade do corpo feminino. Por essa razão, há uma queda brusca de hormônios, até que o ovário interrompa definitivamente suas funções.
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Mitos e verdades. O que te contam sobre a menopausa que é, ou não, fato

10 cuidados primordiais para a saúde da mulher
O Ministério da Saúde preparou uma lista especial com os 10 cuidados primordiais com a saúde da mulher e nós replicamos aqui para que você possa identificar precocemente hábitos nocivos, sintomas físicos e psíquicos para procurar ajuda médica e para aderir a hábitos saudáveis na sua rotina. Confira:
1 – Manter alimentação saudável
Uma alimentação saudável, com o consumo de alimentos in natura traz inúmeros benefícios à saúde. Resulta na redução de fatores de risco para doenças, como o sobrepeso e o aumento do colesterol, além do bem estar físico e mental e da importância do vínculo entre mãe e bebê durante o período de amamentação.
2 – Cuide de sua saúde mental
As mulheres se encontram em uma situação de vulnerabilidade por ganharem menos, por estarem concentradas em profissões menos valorizadas, por terem menor acesso aos espaços de decisão no mundo político e econômico, por sofrerem violência doméstica, física, sexual, psicológica, econômica, além da negligência e abandono. Por isso, identificar precocemente sintomas psíquicos e buscar acolhimento de saúde é muito importante.

3 – Falando de Sexualidade
A sexualidade engloba um conjunto de aspectos que envolvem o prazer, o desejo, o amor etc. Portanto, conhecer o próprio corpo é fundamental para identificação dos pontos de prazer e exercício da sexualidade, em todas as idades, e que mudam de acordo com as vivências e experiências com o passar dos anos.
Falar da sexualidade das mulheres ainda é um tabu, o que dificulta a busca de informação e a superação de obstáculos para que se alcance uma vida sexual saudável e com qualidade em diferentes faixas etárias.
4 – Conhecer seu próprio corpo
Muitas mulheres não conhecem seu próprio corpo devido a tabus impostos por valores sociais e questões que envolvem sexualidade e gênero. A saúde sexual é essencial tanto para homens como para mulheres se manterem saudáveis física e emocionalmente. Porém, ainda é grande o número de mulheres que sabem pouco ou nada sobre a anatomia e o funcionamento do seu próprio corpo.

5 – Realizar exames de rastreamento
O Sistema Único de Saúde oferece exames para rastreio do câncer de colo de útero e câncer de mama para as mulheres, como a coleta do exame Papanicolau, que deve começar aos 25 anos de idade para as mulheres que já iniciaram a vida sexual. Os exames devem seguir até os 64 anos e serem interrompidos quando, após essa idade, as mulheres tiverem pelo menos dois exames negativos consecutivos nos últimos cinco anos.
O rastreamento para o câncer de mama, com o exame de mamografia é recomendável para as mulheres de 50 a 69 anos é a realização de mamografia a cada dois anos e do exame clínico das mamas a cada ano.
6 – Proteger- se contra IST/HIV
As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos. Elas são transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o uso de camisinha masculina ou feminina, com uma pessoa que esteja infectada. A transmissão de uma IST pode acontecer, ainda, da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou a amamentação.
O uso de preservativos feminino ou masculino é a forma de vivenciar a sexualidade de forma segura. Vale lembrar que o uso do preservativo não serve somente para evitar gravidez, mas é fundamental utilizá-lo para prevenção das IST, HIV/Aids. Ocorrendo sexo sem preservativo, procure uma unidade básica de saúde para ter orientações e faça os testes rápidos.
7 – Faça escolhas conscientes sobre métodos contraceptivos
O Sistema Único de Saúde disponibiliza diversos métodos contraceptivos para que adolescentes e mulheres possam escolher a maneira mais confortável de planejar quando, como e se vão querer ter filhos. A mulher pode escolher entre os métodos: injetável mensal, injetável trimestral, minipílula, pílula combinada, diafragma, Dispositivo Intrauterino (DIU), além dos preservativos feminino e masculino.

8 – Busque ajuda em caso de violência
A violência doméstica afeta mulheres de todas as classes sociais, raças, etnias, faixas etárias e orientações sexuais, e é considerada uma das principais formas de violação dos direitos humanos, por atingir o direito à vida, à saúde e à integridade física.
São mulheres que vivenciam situações de medo, pânico, baixa autoestima, ansiedade, angústia, humilhação, vergonha e culpa, perda da autonomia e, muitas vezes, fragilidade emocional que dão origem a doenças como depressão, síndrome do pânico, ansiedade, distúrbios psicossomáticos, entre outras.
Se esse for o seu caso ou de alguma conhecida, converse com pessoas de sua confiança e vá até um serviço de saúde mais próximo e peça ajuda.
9 – Utilize práticas saudáveis para os sintomas comuns durante os ciclos menstruais e no climatério/menopausa
Viabilizando a conscientização de seus direitos, das possibilidades preventivas e terapêuticas e das implicações sobre o seu corpo, as mulheres podem decidir de forma autônoma e segura sobre quais medicamentos e práticas não afetam negativamente sua saúde física e emocional e não para alimentar falsas expectativas como a eterna juventude e beleza.

10- Planeje e vivencie uma gestação saudável
O planejamento reprodutivo é um importante recurso para a saúde das mulheres, ele contribui para uma prática sexual mais saudável, possibilita o espaçamento dos nascimentos e a recuperação do organismo da mulher após o parto, melhorando as condições que ela tem para cuidar dos filhos e para realizar outras atividades.
O acompanhamento pré-natal assegura o desenvolvimento da gestação, permitindo o parto de um recém-nascido saudável, sem impacto para a saúde materna, inclusive com abordagens de aspectos psicossociais e as atividades educativas e preventivas.
A opção por não ter filhos também deve ser assegurada, e a abordagem nessa situação deve ser livre de preconceitos e crenças por parte dos profissionais de saúde.
Vida longa a mulher que se ama e se cuida!
Encontrar tempo para si e para a própria saúde é a maior prova de amor que você pode dar a quem ama. Mesmo com a correria do dia a dia, do trabalho e afazeres de casa, é fundamental não negligenciar alguns minutos do dia para se manter atenta aos sinais do corpo e se manter saudável por inteira, por você, por outras mulheres e pela sua família. Se toque com carinho, conheça seu corpo, faça o autoexame das mamas e o acompanhamento anual. Lembre-se sempre de contar com Malacal para repor os níveis ideais de cálcio e vitamina D, especialmente você, mulher, que está no período da menopausa.
Antes de ir, considere ler outros artigos do nosso blog! Esperamos que você goste tanto de lê-los quanto gostamos de escrevê-los.
Até a próxima 🙂